Sou fã do Caetano Veloso e acho que suas obras são poesias geniais.
A ultima mensagem que enviei a vocês, coloquei como fundo a canção do Caetano Veloso intitulada LÍNGUA.
Para esclarecer o motivo de minha escolha, informo que, para mim, não basta apenas escrever. Creio que escrever é um dom que vem dos recônditos da alma... é dom. Todavia precisamos entender que há fundamento na Poesia, na história contada ou cantada em versos... Há paródias, prosódias, sintaxes, metáforas, tempos, sufixos, apostos, vocativos, enfim, tudo que a nossa Língua Portuguesa nos oferece.
Por isso, nada melhor do que lermos as poesias escritas e cantadas pelos artistas do nosso país.
Fiquei impressionada com a letra da canção do Caetano, após ter assistido a análise do Professor Pasquale sobre a poesia. Ele disse que a poesia do Caetano ( referindo-se principalmente a letra da canção LÍNGUA) é sinônimo de genialidade.
Assim sendo, leiam a letra (poesia) e divirtam-se com a nossa eclética Língua Portuguesa e aproveitem, para logo depois, lerem a poesia de Olavo Bilac que, com certeza, inspirou o Caetano a escrever essa maravilha.
Em síntese, o que quer e o que pode essa língua é uma riqueza que não devemos desprezar.
Vou pelejar no encalço de aprender a caminhar com mais retidão pelo jardim da Última Flor do Lácio.
Relembrando o Mário Quintana, vejam o que ele respondeu diante da pergunta:
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa?
Clair de lune, chiaro de luna, claro de luna... jamais os franceses, os italianos e os espanhóis saberão mesmo o que seja o luar, que nós bebemos de um trago numa palavra só.
Clair de lune, chiaro de luna, claro de luna... jamais os franceses, os italianos e os espanhóis saberão mesmo o que seja o luar, que nós bebemos de um trago numa palavra só.
Língua Caetano Veloso Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões Gosto de ser e de estar E quero me dedicar a criar confusões de prosódia E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleões Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade E quem há de negar que esta lhe é superior? E deixe os Portugais morrerem à míngua "Minha pátria é minha língua" Fala Mangueira! Fala! Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode esta língua? Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas E o falso inglês relax dos surfistas Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas! Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate E – xeque-mate – explique-nos Luanda Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo Sejamos o lobo do lobo do homem Lobo do lobo do lobo do homem Adoro nomes Nomes em ã De coisas como rã e ímã Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã Nomes de nomes Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé e Maria da Fé Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer O que pode esta língua? Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção Está provado que só é possível filosofar em alemão Blitz quer dizer corisco Hollywood quer dizer Azevedo E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo A língua é minha pátria E eu não tenho pátria, tenho mátria E quero frátria Poesia concreta, prosa caótica Ótica futura Samba-rap, chiclete com banana(– Será que ele está no Pão de Açúcar? – Tá craude brô – Você e tu – Lhe amo – Qué queu te faço, nego? – Bote ligeiro! – Ma’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado! – Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho! – I like to spend some time in Mozambique – Arigatô, arigatô!) Nós canto-falamos como quem inveja negros Que sofrem horrores no Gueto do Harlem Livros, discos, vídeos à mancheia E deixa que digam, que pensem, que falem © Editora Gapa 62527150 BRMCA8400167 Ficha técnica da faixa voz: Caetano Veloso guitarra: Toni Costa sax e flauta: Zé Luiz bateria: Marcelo Costa percussão: Armando Marçal teclado: Ricardo Cristaldi baixo: Tavinho Fialho participação: Elza Soares | ||
A Última Flor do Lácio
A expressão "Última flor do Lácio, inculta e bela" é o primeiro verso do poema de Olavo Bilac. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo "inculta" fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela. Veja o poema completo de Olavo Bilac sob o título "Língua Portuguesa"
Língua Portuguesa Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor¹, lira singela,
Que tens o trom² e o silvo da procela³,
E o arrolo4 da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac, além de poeta parnasiano, cronista, contista, conferencista e autor de livros didáticos, deixou também na imprensa do tempo do Império e dos primeiros anos da República, vasta colaboração humorística e satírica, assinada com os mais variados pseudônimos, entre os quais os de Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc., assinando, em outras vezes, o seu próprio nome. Nascido no Rio de Janeiro a 16 de dezembro de 1865 foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira nº. 15, que tem Gonçalves Dias por patrono. No seu principal livro, "Poesias", incluiu Bilac alguns sonetos satíricos, sob o título de "Os Monstros". Escreveu livros em colaboração com Coelho Neto, Manuel Bonfim e Guimarães Passos, sendo que, com este último, o volume intitulado "Pimentões", de versos humorísticos.
¹ som rijo e estridente.
² o som de trovão.
³ tempestade marítima.
4 o mesmo que arrulho, canto de pombos.
² o som de trovão.
³ tempestade marítima.
4 o mesmo que arrulho, canto de pombos.
Musica de fundo: LINGUA - CAETANO VELOSO E ELZA SOARES
(A GENIALIDADE DO CAETANO EXPLANANDO NOSSA LINGUA)
FLOR DO LÁCIO, SAMBÓDROMO.... (DEMAIS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.